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  • Foto do escritorPhillipe Marques

Como o marketing foi capaz de alavancar o mercado da 123 milhas no Brasil


Nos últimos dias está sendo amplamente noticiado os problemas com o site 123 Milhas e outras empresas do grupo como a Hotmilhas que realiza a compra das milhas das pessoas físicas.


O modelo de negócio operado pela 123 é algo que por muito tempo era colocado em cheque por diversas questões, mas que foram sendo deixadas de lado pela força que o marketing colocou na divulgação, eram propagandas com inúmeras celebridades em diversos canais fechados e abertos, mídia indoor em aeroportos, mídia exterior em diversos pontos das principais cidades brasileiras, anúncios patrocinados tanto sites de pesquisa e rede de display que englobam vídeos e portais em geral.


Tudo isso fez com que a confiança ao site da 123 fosse construída e ficasse em uma crescente de uso. Com isso o consumidor podia comprar passagens mais baratas mesmo não tendo milhas em seu nome, assim outro negócio foi incorporado ao grupo, o de compras de milhas de terceiros, e eram justamente com essas milhas que as passagens eram adquiridas pela empresa.


Agora com o grande problema que o grupo enfrenta milhares de pessoas estão a ver navios pois não receberam pelas milhas vendidas, estão com as passagens canceladas e sem saber se irão conseguir embarcar.


Os desdobramentos começaram com os cancelamentos das passagens, passando pela demissão em massa em diversos escritórios do grupo e agora o novo capítulo foi o pedido da Recuperação Judicial do grupo na justiça mineira que declarou dívidas de R$ 2,3 bilhões de reais.


Antes do pedido de Recuperação Judicial, a 123 milhas ofereceu aos clientes um voucher com valor atualizado por 150% do CDI parceladamente, oferta que foi rejeitada pela maioria dos clientes, que conseguiram na justiça como em Goiás o mandado de segurança para emissão dos bilhetes de viagem.


Só que temos que deixar fresco na memória alguns pontos que sempre foram questionáveis dentro do escopo do negócio. Por mais que a propaganda incentive a venda e compra de milhas, temos diversos vídeos na internet “ensinando” como enriquecer ou viver viajando com milhas e infelizmente grande parte desse pessoal não parou para olhar os termos dos sites das companhias aéreas e cartões de crédito, pois ali é claro quando dizem que as milhas podem ser usadas única e exclusivamente pelo titular da conta, sendo vedada a venda a terceiros.


Esse ponto sempre foi questionado em âmbitos administrativos e judiciais pelos consumidores que queriam fazer uma renda extra vendendo as milhas ou comprar para viajar. O ponto é que ao dar o aceite para participar de um plano de milhagem ou contratar o cartão o consumidor aceita os termos pré estabelecidos no contrato de prestação de serviço e o quer mudar posteriormente. Enquanto o mercado de viagens estava aquecido as companhias fizeram vista grossa e agora com aumento dos custos de viagens barraram as atividades da 123 milhas para não terem prejuízos maiores.


Com esse caso podemos aprender inúmeras situações, como a confiança total em uma plataforma que negocia um item que pode ser considerada uma criptomoeda de terceiros e que tem a confiança dos consumidores por conta do uso de imagem de celebridades para trazer credibilidade ao negócio.


O marketing é o meio para trazer o produto/serviço ao consumidor/cliente mas se não agirmos com cautela e responsabilidade podemos fazer com que marcas e pessoas sejam prejudicadas ao extremo.


Que esse problema seja passageiro e em um curto espaço de tempo possamos voltar a normalidade das viagens ao escopo de negócios da 123 milhas de uma forma mais transparente, saudável e com o apoio das companhias aéreas.

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